quinta-feira, 11 de outubro de 2012

POR QUE QUEREMOS JOAQUIM BARBOSA NA PRESIDÊNCIA DA REPÚBLICA?



O Ministro Joaquim Barbosa revelou que não tem intenção de ingressar na política. Triste noticia para nós brasileiros, que há anos sonhamos com um reforma na estrutura política do país.


Joaquim Barbosa se destacou no cenário nacional em razão dos debates inflamados que teve com o ex-presidente da corte, Gilmar Mendes, em que declarava que o então presidente do STF estava manchando a imagem do judiciário Brasileiro. No entanto, o que mais colocou em evidencia o ministro foi a ação penal, nº 470, movida no STF  (“MENSALÃO”), na qual é o relator.

Não é intenção, neste momento, tecer comentários de natureza jurídica sobre o julgamento, mas citar a grande decepção para todos nós brasileiros de não o ter como representante político. que

Joaquim Barbosa representaria a esperança de um Brasil mais justo, igualitário e sem corrupção. Ele materializaria o exemplo de ética, moralidade e justiça, características cada vez mais extintas no cenário político brasileiro. Não se esquecendo de que os brasileiros veem nele o exemplo de honestidade e superação.

Nascido de família humilde, Barbosa nasceu em Paracatu, noroeste de Minas Gerais. É o primogênito de oito filhos. Pai pedreiro e mãe dona de casa, passou a ser arrimo de família quando estes se separaram. Aos 16 anos foi sozinho para Brasília, arranjou emprego na gráfica do Correio Braziliense e terminou o segundo grau, sempre estudando em colégio público. Obteve seu bacharelado em Direito na Universidade de Brasília, onde, em seguida, obteve seu mestrado em Direito do Estado.

Em apertada síntese, sua trajetória no serviço público iniciou-se como Oficial de Chancelaria do Ministério das Relações Exteriores (1976-1979), tendo servido na Embaixada do Brasil em Helsinki, Finlândia e, após, foi advogado do Serpro (1979-84), como consta em seu currículo vitae, disponível no site do STF.

Prestou concurso público para procurador da República e foi aprovado. Licenciou-se do cargo e foi estudar na França, por quatro anos, tendo obtido seu mestrado e doutorado ambos em Direito Público, pela Universidade de Paris-II (Panthéon-Assas) em 1990 e 1993. Retornou ao cargo de procurador no Rio de Janeiro e professor concursado da Universidade do Estado do Rio de Janeiro. Foi visiting scholar no Human Rights Institute da faculdade de direito da Universidade Columbia em Nova York (1999 a 2000) e na Universidade da Califórnia Los Angeles School of Law (2002 a 2003). Fez estudos complementares de idiomas estrangeiros no Brasil, na Inglaterra, nos Estados Unidos, na Áustria e na Alemanha. É fluente em francês, inglês, alemão e espanhol. Foi indicado Ministro do STF por Lula, em 2003.

Salta-se aos olhos o fato de ser negro, algo que serviu de argumento para muitos de seus opositores, inclusive de seus pares no STF. Argumentavam que só chegou ao STF em razão de política sócio-racial.

Ora, como bem já afirmou o próprio Joaquim Barbosa, em entrevista para a Folha, quando ingressou no Supremo, poucos dos ministros que ali estavam possuíam o currículo que ele já alcançara. Em outras palavras, não se trata de favor ou política sócio-racial, mas sim de merecimento.

Falando na possibilidade do ilustre ministro, hoje presidente da mais alta corte do Judiciário Brasileiro, ingressar na carreira política, veio à lembrança a fantástica minissérie exibida pela TV Globo, O Brado Retumbante, onde Paulo Ventura, personagem de Domingos Montagner,  recebe uma grande missão da noite para o dia: ser presidente do Brasil.

Na trama, Paulo Ventura era presidente da Câmara dos Deputados, em razão de uma manobra política de seus opositores corruptos que não o queriam ver como membro de uma CPI instalada na Câmara para apurar indícios de corrupção.

O tiro saiu pela culatra! Com a morte do Presidente e do Vice-Presidente da república em um desastre aéreo, sobrou a missão para o Presidente da Câmara dos Deputados assumir o mais alto cargo do executivo brasileiro, conforme determina a Constituição da República.
Art. 80. Em caso de impedimento do Presidente e do Vice-Presidente, ou vacância dos respectivos cargos, serão sucessivamente chamados ao exercício da Presidência o Presidente da Câmara dos Deputados, o do Senado Federal e o do Supremo Tribunal Federal.

Surgia na trama, simultaneamente, uma grande esperança para o Brasil e uma enorme dor de cabeça para os corruptos que ocupavam cadeiras do Senado Federal, da Câmara dos Deputados e dos Ministérios da Presidência da República, nomeados pelo presidente (também corrupto) morto no acidente.

Paulo Ventura assume a presidência da república e põe início a uma série de combate à corrupção, exonerando ministros e auxiliando na apuração dos indícios de corrupção e fraude envolvendo membros do Congresso Nacional.

Coincidência entre ficção e realidade a parte, voltemos ao atual Presidente do STF, o ministro Joaquim Barbosa.

Ouço grande clamor por parte da população brasileira em torno da candidatura de Joaquim Barbosa a um cargo político. Confesso que compartilho este desejo. Seria, talvez, uma forma resgatar o desejo da população em participar da vida política do país.

Aliás, quem sabe seria o começo da tão sonhada e difícil reforma do legislativo. Afinal, não há dúvidas de que precisamos de reformas políticas urgentes. Todavia, não consigo imaginar em reformas e, ao mesmo tempo, ver as cadeiras do poder ocupadas pelas mesmas pessoas que nada fizeram pelo país ou que não tem nenhum compromisso com as questões sociais, muito menos com as questões éticas e morais.

Vamos com tudo! Quem sabe consigamos convencer nosso herói e ministro Joaquim Barbosa a trocar a cadeira da presidência do STF pela cadeira da Presidência da República.

Por outro lado, vamos debater juntos até onde isso seria bom para democracia. Afinal, o que menos queremos é a instituição de um Getúlio Vargas do século XXI.

Autor: Flávio Emidio















Nenhum comentário:

Postar um comentário